Vamos brincar de polícia e ladrão?...

Mas essa disciplina Educação e Violência dá o que falar, literalmente viu? Em uma das últimas aulas foi uma loucura na sala com o povo debatendo uma questão complexa: "Afinal, quem é o mocinho, a polícia ou o bandido?"... estranho se perguntar isso não? Mas é fato! Muitas pessoas não se sentem seguras com a polícia devido a tanta carrupção que vemos por aí, e diante das novas estruturações sociais onde o badido é quem protege sua comunidade fica mesmo complicado levantar certas questões.

Tivemos relatos e mais relatos que dariam para preencher horas de debate analisando todos os focos possíveis, mas não tem como dar conta em apenas duas horas de uma questão como essa. Algumas pessoas disseram que não tem jeito, não conseguem se sentir seguras com a polícia e pronto! Outras já acreditam que, apesar de tantas evidências da corrupção, com a polícia ainda é onde podemos encontrar alguma proteção. É um assunto complexo e polêmico porque não é tão simples quanto nos parece. Essa situação é uma bola de neve que não dá para simplesmente diagnosticar e achar que o problema será resolvido.

Não podemos generalizar que a polícia é corrupta pois dentro dela existem pessoas que querem fazer o papel para o qual a polícia existe. E também é fato que muitas pessoas entram com uma visão e acabam sendo esmagadas pelo próprio sistema e se submetem a ele. Mas isso não nos dá o direito de estereotipar; é um erro. Sabemos que muitas vezes pessoas erradas são mortas em ações policiais, mas daí vem uma questão: Até que ponto existem pessoas "certas ou erradas"? Analisando friamente... Cada um traça seu caminho, entra em determinadas situações que, de certo modo, já tem uma idéia de qual é o destino, e dizemos: "Se sabia pra que se envolveu?" ... Mas por outro lado, em muito casos os jovens se envolvem não simplesmnte por "descaração", há casos em que, para esses meninos e meninas, as possibilidades se mostram tão irreais que a única coisa que pode lhes dar alguma condição de "viver" aquilo que para tantos é tão natural, acaba sendo se envolver com o crime, afinal, se com ele provavelmente o amanhã pode não chegar, sem ele nem o agora se pode viver!

É uma situação muito delicada, como diria meu professor Ronaldo: Percebe?

O caso é que hoje tende-se a ver o bandido como "coitadinho" quando é pego e toma lá suas porradinhas, é levado em condições, digamos, "agressivas", ou até morre mesmo. E alguns programas fazem a festa como urubu na carniça com esse sensacionalismo ridículo... mas deixa essa questão para uma outra discussão.

Não estou dizendo que é correto agredir quem quer que seja, mas será que não estamos invertendo as coisas? Pare aí pra pensar, quanto terror essas pessoas disseminam na sociedade diariamente, quantas famílias são destruidas, quantas situações desconfortáveis são criadas por elas? Entendem a minha linha de raciocínio? E a polícia é tida como "bando de montros"...

Bom, volto a dizer que não quero fazer apologia a massacres, pena de morte, linxamento ou coisa parecida, mas peraí... vamos com calma né pessoal? Convenhamos que não é nada gostoso circular pelas ruas sabendo que a qualquer momento posso viver cenas de Matrix, me esquivando de bala em conflitos de gangue! E nesse caso são eles se matando uns aos outros, não é a polícia... e pior é que sabemos que não vai chegar um belo dia em que alguns vão ter uma crise de consciência e resolver mudar, e melhor ainda, convencer os outros e sairem pelas ruas todos sorridentes e cantando como na música de Roberto Carlos: La la la la la la...

E quando a polícia chega e quer participar da brincadeira a sociedade fica chocada!!