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Sou uma pessoa em constante evolução! Me (re)descubro a cada dia com as possibilidades que ele me apresenta, aprendo, retomo, crio, me apaixono pela vida e vejo o quanto são importante as escolhas, inclusive as mínimas, e o sabor que os seus frutos me trazem! Aprendi que a vida é maravilhosa, que sou capaz de alcançar o que desejo, que não existe "problema" e sim oportunidade de crescimento! A vida é aquilo que fazemos e pensamos dela. Ser feliz é uma questão de escolha, e é simples, mesmo que não se queira acreditar nisso! Eu escolhi ser feliz!

sábado, 22 de novembro de 2008

Ó Pai Ó... RESPOSTA!


Concordo com Gil (postagem anterior) quando ele diz que nós baianos somos mal vistos lá fora devido à fama de "maré mansa", "descansados", "preguiçosos" e tudo o mais. Porém, quando ouço opiniões como as dele não posso deixar de lembrar o caráter manipulador da Mídia!! São várias questões que podem ser debatidas aqui, mas, vamos aos poucos...
Certas coisa da Bahia não se pode negar, tanto positivas quanto negativas, e se eu fosse pesar, as negativas me incomodam muito mais do que me orgulham as positivas. No entanto não é meramente uma questão "genética" da Bahia, é muito mais que isso, é historicamente construída. Desde o momento em que se estabeleceu aqui uma colônia de exploração a Bahia já começou a ver seu destino ser tecido e, como dinheiro (ouro, moeda, como preferir) sempre foi sinônimo de poder, seja no tão conhecido nosso Capitalismo, quanto no feudalismo ou Império Romano, quem o detinha é que ditava as regras. E heis que uma massa desprovida dele, recém liberta da escravidão, sem rumo, sem prumo, foi empurrando sua vida como a própria vida deixava. E foi sendo construída uma classe que estava à margem, trabalhando pela sobrevivência, educando os filhos como podiam, e a cada dia a necessidade de trazer o pão para dentro de casa falava mais alto e tirava as crianças de dentro dela... Crianças trabalhando, infância se perdendo, responsabilidade crescendo, e o que sobra? Sobra o Carnaval que o baiano espera desde a Quarta Feira de Cinzas até o dia em que os portões da cidade são abertos novamente, e nisso se vai um ano inteiro, para reproduzirem a boa e velha Política do Pão e Circo, depois de pagar um abadá dividido em 11 vezes... Se bem que agora nem precisa tanto não é? Já temos aqueles blocos populares... Mas que com certeza não é o Chiclete, Ivete ou Asa que vai puxar!!
Heis a festividade do povo baiano!
A Bahia herdou também as crenças, que, não podemos negar, têm uma presença forte em nossa terra, mesmo quando vem disfarçada... Todo católico baiano beija o pé do altar e come também aquele caruru de Cosminho e distribui balinhas no dia dele. Ah, e falando em caruru, não esquecer também do de Santa Bárbara! E tem também aquela espada de Ogum que, se não me falha a memória, é para tirar olhado, e quando o danado já pegou tem a rezadeira que manda tudo embora com seus raminhos.
Essa é a raiz das crenças do nosso povo baiano!
Mas não podemos negar que a Bahia tem um povo receptivo, alegre, criativo, trabalhador... Sim, eu disse TRABALHADOR!... Além dos nossos pontos turísticos, natureza, história e a cultura!! E isso tudo chama a atenção para nós. Porém, por não estarmos entre os estados mais "porreta" do país, somos aquele que assume a condição de dominado nessa brincadeira toda. E o pior: Aceitamos!!
Ó paí ó é o retrato mais fiel que eu já vi do povo de Salvador na televisão brasileira. Claro que "povo de Salvador" não se aplica a todos, mas, àquele povo de Salvador especificamente que é mostrado ali. Os diálogos, o sotaque, a caracterização, os gostos... Talvez seja sim uma produção baiana para baiano ver, mas o que não podemos é ficar magoados por estar sendo mostrado dessa forma uma coisa que na verdade nós somos! O que é que tem ali que foge tanto à nossa realidade? O caso é que, como não somos privilegiados lá fora em ponto algum, ou pelo menos somos mais apedrejados que louvados, qualquer pedrinha causa um terremoto!!
A mídia é manipuladora e vai continuar ditando o que passa, em qual horário e de que forma. Cabe a nós sabermos acolher críticas, reconhecer falhas e trabalhar nelas para que possamos chegar onde outros estão. Não seria comodismo abafar algumas coisas, rebater quando são mostradas, ao invés de transformar o que pode ser aprimorado e chegar onde estão aqueles que nos olham como espectadores dentro de um circo?

Isabela Lacerda

2 comentários:

Ivana Priscill@ disse...

É isso mesmo Bella, concordo! Se fosse uma série de baianos para baianos, tudo bem a gente ainda relevava, já que nós fazemos gozações uns com os outros o tempo todo, mas não tem uma repercursão a nível nacional e até internacional. Isso só está nos expondo e reduzindo a nossa cultura a apenas este cenário, certo que em alguns momentos o seriado tem um cunho de protesto, mas a promiscuidade, a safadeza prevalece. bjx, muito bom!

F.Garrido disse...

Concordo com o texto, principalmente a parte q fala q o seriado ( e tb o filme) retrata bem o povo baiano, mas lembrando q é um pedaço específico da sua população. Eles n buscam generalizar o povo da Bahia baseado só no Pelourinho.

Tá indo bem Bela...
Não espero menos de vc!
Bjão